As montadoras estão enfrentando tempos difíceis no Brasil. Depois da Volkswagen, agora General Motors, Hyundai e Stellantis estão dando férias coletivas aos seus funcionários. A pandemia e a escassez de peças já tinham levado a várias interrupções na produção desde 2020. Soma-se à falta de componentes para produção a fraca demanda por carros como causas das paralisações temporárias. Ou seja, estão evitando produzir mais do que o necessário e acabar com um estoque gigante.
A Hyundai está dando férias coletivas em sua fábrica em Piracicaba (SP), onde são produzidos os modelos HB20 e Creta. A Stellantis, que produz veículos das marcas Fiat e Jeep, entre outras, também adotou a medida em sua fábrica em Goiana (PE), onde são feitos Renegade, Compass, Commander e Fiat Toro. Por fim, a General Motors interromperá a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer em São José dos Campos, entre 27 de março e 13 de abril.
Entretanto, nem tudo está em paralisação. A fábrica de motores da Hyundai, também em Piracicaba, continua funcionando normalmente.
Uma das razões para essa pausa é a inflação que vem assolando o mercado desde o final de 2020. O preço dos carros tem aumentado cada vez mais, e isso tem impactado bastante no consumo. Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelou que a demanda está perdendo força em 2023.
Durante uma coletiva de imprensa em fevereiro, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, explicou que, apesar de as vendas terem crescido quase 13% em janeiro, esperava-se um aumento ainda maior. Ele alertou também sobre a necessidade de reduzir as taxas de juros para que o setor possa voltar a crescer.
Assim, as marcas estão ajustando seus planos de produção e revendo suas expectativas de vendas. Em 2019, antes da pandemia, 2,8 milhões de carros foram vendidos no Brasil. Em 2022, foram só 2,1 milhões de unidades – uma queda de 25%.
Fonte: Diário da Capital